Justiceiros
Quando me vêm com a conversa da ética e da justiça na política, eu por defeito, desconfio logo. Não gosto de quem se ache superior aos outros e se arme em juíz, acusando e condenando à luz de uma moral e de uma ética sempre discutíveis e sobretudo subjectivas.
Nunca gostei de supostos justiceiros, quais virgens imaculadas, que fazem da ética uma das suas principais bandeiras políticas. Muitas das vezes, vem-se a descobrir que afinal o justiceiro até tem muitos telhados de vidro.
Vem este post a propósito do lançamento do livro do ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes. A capa é elucidativa: "propostas para um país mais ético, justo e competitivo".
Do que li na imprensa, nele se retoma a tese da condenção política na praça pública daqueles que a justiça nem sequer ainda acusou.
E vem novamemte falar em ética quem no passado, enquanto Presidente do PSD, andou a vetar nomes para empresas municipais, a recomendar outros, e aceitar ou impedir candidaturas autárquicas, consoante fossem politicamente mais próximas ou distantes. Para uns, a condição de arguído era a morte do artista, para outros era um mero e pequeno acidente de percurso.
Hoje, como no passado, continuo a recusar esta forma de fazer política.
Aos políticos o que é da política, aos tribunais o que é da justiça.
6 comentários:
Bem...
Não sei se LMM tem moral para ser justiceiro mas, ao menos não é arguido em nenhum caso em tribunal como PSL ou HLC!
Para a cadeia quem lá merece estar!
Bem...
O PSL não é arguído, diz-se que vai ser...
Mas um arguído, não é um culpado e muito menos um condenado!
Eu sei que há quem queira ver-se livre do PSL, e ande já a crucificá-lo, mas guardem lá os foguetes que ainda não é desta que o vão conseguir...
Quanto ao slogan, não posso estar mais de acordo! Desde que seja um tribunal a dizer quem lá deve estar. E Até acrescentava
"rapidamente e em força!"
Não posso deixar de registar a oportunidade do artigo do meu amigo Rodrigo. De facto não me esqueço o que se passou comigo na SRU da Baixa, processo bem documentado e que iniciou o fim da então coligação do PSD na Câmara, aí nem em nome de qualquer ética pois nunca figurei como arguido, mas apenas e só a balcanização que Marques mendes sancionou no PSD.
Mas o título do livro deveria ser, como já aqui referi "A presunção de culpa na política do presumível inocente jurídico". Este é o raciocínio do Lic. Marques Mendes levado ao extremo do apuro académico, mas não sei se atingiu tal densidade...
Apoiado Rodrigo! E mais nada!
Ou de outro modo -Tenha vergonha!
Tenha é para MM -claro!
Por supuesto! :)
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