24 maio 2008

Sondagens e escolhas...

Quando os eleitores do PS, sim do PS, preferem ver Manuela Ferreira Leite a liderar o PSD, eu cá desconfio...

20 maio 2008

O discurso da credibilidade (parte III)

Tem sido recorrente o uso da expressão “credibilidade” pela Dra. Manuela Ferreira Leite na campanha das directas.
Mas esta não é nem a primeira, nem a segunda vez que tal acontece.

Recuemos então um pouco no tempo.

Em 2005, após o anúncio da demissão de Pedro Santana Lopes na sequência das legislativas, a campanha para a liderança do PSD foi já marcada por essa expressão. Luís Marques Mendes surgia então, segundo o próprio e os seus apoiantes, como o garante da credibilidade do partido, por oposição à anterior liderança.
Marques Mendes foi eleito em Pombal, iniciando assim um período de “credibilização” do partido. Passámos então a ter um PSD sem chama, sem vigor, mas cheio de notáveis e de “sentido de Estado”. As sondagens eram todas desoladoras e o desânimo atingiu a esmagadora maioria dos militantes.
Pelo meio, e sempre em nome da credibilidade, fizeram-se purgas internas e recusaram-se filiações de militantes conotados ou familiares de quadros do PSD que estavam contra Marques Mendes.
A coroa de glória desse período de “credibilização do partido” foi o processo Câmara Municipal de Lisboa. Acusou-se na praça pública quem a justiça apenas considerava arguido e fez-se cair uma Câmara Municipal do PSD.
À “credibilização” do partido, os eleitores de Lisboa responderam com 15% dos votos, colocando o PSD como terceira força, ironicamente atrás daqueles que fez cair. A Câmara de Lisboa voltava então às mãos do PS por inabilidade e irresponsabilidade dos dirigentes nacionais e distritais de então.

Na sequência desta enorme derrota, convocam-se eleições directas. Volta a dicotomia credibilidade vs falta dela. Marques Mendes recandidata-se e volta a fazer da credibilidade o seu trunfo eleitoral. Os militantes do PSD dão-lhe uma resposta semelhante aos eleitores de Lisboa, e o candidato “credível” perde as directas, por uma margem considerável e contra todas as expectativas da comunicação social e comentadores.

O resto da história todos sabemos como é, e assim chegamos às directas de 31 de Maio.

Mais uma vez aparece uma candidatura da “credibilidade”, supostamente unificadora, e apresentando-se como sendo a única que pode salvar o PSD do abismo. Ideias e programa, esses são para apresentar depois das eleições. O que interessa agora é a “credibilidade” da candidata e a “credibilização” do partido.
É um cenário déjà vu, mudando apenas o protagonista principal, e adicionando alguns notáveis que não estavam com Marques Mendes, com o problema acrescido de a candidata não o ser por vontade própria mas por obrigação e/ou dever de consciência.

Eu, pela minha parte, nunca engoli a conversa da “credibilidade”. Estou mesmo farto dela, e penso que os militantes também.

Isto já para não falar da arrogância que tal discurso tem subjacente. Para quem recusa a linguagem “barões/bases”, apresentar-se como o único garante da credibilidade, não está mal…

16 maio 2008

Alteração à Lei do Tabaco...



(Recebido por e-mail)

13 maio 2008

PPD CONTRA PSD

Sobre as directas do PSD, desde já deixo a opinião que publiquei no "Diário Económico", na edição de 2008-05-09, por forma a iniciarmos uma reflexão profunda sobre este novo desafio.
"PPD CONTRA PSD
O cenário interno do PPD/PSD é de todos conhecido e alvo de alguma apreensão, não pela proliferação de candidaturas, pois tal até significa vivacidade interna, recorde-se que o PS após Ferro Rodrigues conheceu 3 candidatos à liderança, mas antes pelo clima de crispação existente, principalmente na sequência de Santana Lopes para Marques Mendes. Com efeito, o consulado desse penúltimo líder (v.g. ingerência constante em Lisboa, implementação de um esquema formal, nem sempre imparcial no seio do partido), ditou uma efectiva “balcanização” do partido, como o referi em tempo (in blog Crónicas Alfacinhas, 2007.09.29). Verificada a demissão de Menezes, no quadro das razões por ele já invocadas, abre-se obviamente o quadro sucessório, no qual os militantes terão que se pronunciar a 31 de Maio.
Há naturalmente duas linhas históricas, uma na herança de Sá Carneiro e mais identificada com o PPD das secções, dos militantes e do poder local, versus um PSD mais tecnocrático e governativo, assente no legado de Cavaco Silva. Associada a esta ideia surgem algumas construções mais ou menos fantasistas, designadamente que à primeira corresponde o povo anónimo e na segunda cabem as elites, como se houvesse uma segmentação clara desses dois hemisférios. Importa assim ter presente qual o significado de elite, a saber, “possuir qualidades de inteligência, personalidade, perícia, capacidade de qualquer espécie” (Kolabinska), ou também “conjunto dos que têm índices mais elevados em que exercem a sua actividade” (V. Pareto), para em termos organizacionais significar “grupo minoritário que exerça uma dominação política sobre a maioria dentro de um sistema de poder democrático” (R. Dahl). Ora será que é tão evidente esta separação? Isto é, só estão associados à linha do PSD os que detêm um Q.I. mais elevado? Melhores curricula académicos e profissionais? Obviamente que não, certamente não existem dois mundos antagónicos dentro do partido, recaindo as virtudes num e os defeitos nos outros, esse é um equívoco que porventura servirá as intenções de quem pretende suscitar tal debate, sendo certo que então deverá assumir a sua vertente organizacional, ou seja o poder de uma minoria sobre a maioria. Por outro lado o basismo sem limites também não evita certos excessos, amputação de quadros de qualidade, mas também não equivale a um partido de seres inferiores e destituído de qualquer quadro de referência teórica.
Mas a dicotomia PPD/PSD pode não significar obrigatoriamente a necessidade de uma opção entre ambas, principalmente quando surge uma terceira via, assente numa renovação/rejuvenescimento da equipe e dos protagonistas. Mas aí é efectivamente necessário que tal refrescamento não seja só em função do bilhete de identidade, mas corresponda a uma efectiva rotação, introduzindo uma apreciação objectiva no desempenho dos novos quadros, assente na dinâmica dos seus curricula académicos e profissionais, pois em grande medida não têm tido oportunidades políticas, uma vez que a tutela elitista, combinada com alguma sindicância eleitoral basista, tem fechado tais portas, que na prática tem revelado ser a vida recente do PPD/PSD. Só assim será verdadeira a ideia de ser “superior o que nos une relativamente ao que nos divide”, havendo lugar para todos, de acordo com critérios meritocracia aliada à partitocracia.
A corrida está lançada, o debate está em aberto. Vencerá quem souber aglutinar o vasto legado do partido, potenciar e evidenciar pistas para o futuro, que não se fiquem pela simples elaboração das listas para os actos eleitorais de 2009. Pelo menos vencerá para o futuro do país, que obviamente precisa do PPD/PSD, como uma efectiva alternativa ao PS de José Sócrates.
PEDRO PORTUGAL GASPAR
(Ex-Conselheiro Nacional do PSD, Docente Universitário, Mestre em Ciências Jurídico-Políticas FDUL)".

11 maio 2008

NOVO ATAQUE AO "CRÓNICAS ALFACINHAS"

Na edição de hoje do blog "LisboaLisboa" verifica-se um novo ataque a este blog, considerando que o "Crónicas" morreu, mas a nossa resposta já lá está em comentário. Mais importante que esse ataque é todos perceberem, os de fora e os de dentro, que este blog é um espaço de liberdade e de diversidade opinativa. Não visa um carácter noticioso-propagandístico, apanágio da doutrina ortodoxa do "LisboaLisboa", mas sim um momento e espaço de reflexão, de autonomia e independência dos seus editores, entre si e, por maioria de razão, face ao exterior, no quadro do próprio PSD e fora deste. A todos que queiram colaborar, sejam bem-vindos.

09 maio 2008

No dia 31 eu votarei:


08 maio 2008

Pequena Entrevista...

É a expressão que me veio à cabeça depois de ouvir a Dra. Manuela Ferreira Leite no programa da Judite de Sousa.

Respostas vagas, muitos engasganços, e uma necessidade incrível de dizer que tinha votado Marques Mendes nas directas.
O seu programa: a credibilidade.
O seu estilo: a credibilidade.
As suas ideias: a credibilidade.
Designios nacionais: a credibilidade.
Os outros candidatos: não comento.
As ideias dos outros candidatos: não comento.
Uma afirmação deste ou daquele: não comento.

Convenhamos que é pouco. Muito pouco mesmo. Sobretudo face à expectativa que se tem criado à sua volta.

Para não variar, mais uma vez, falou do dever de consciência e dos apelos alheios. Mas nunca numa vontade própria, e até legítima, de liderar o partido por ter um projecto para o país.

A principal ideia que saiu do programa foi a reforma do IMI. Nada melhor do que bater numa lei, que ainda por cima é da sua responsabilidade. Como diria alguém, "há mais vida para além do orçamento".

Enfim, uma entrevista que desiludiu.

Não sou apoiante da candidatura da Dra. Ferreira Leite, mas confesso que esperava muito mais. E se calhar como eu, muitos outros.

Talvez tenha começado hoje o fim de um mito: o da dama de ferro...

06 maio 2008

Vontades...

Uma candidatura à liderança de um partido tem de partir, sobretudo, de uma vontade pessoal. Não deve ser uma questão de dever que se sobrepõe às questões pessoais que apontavam noutro sentido.

Claro que isto não é tudo. Mas é desde logo uma boa base de partida e que faz a diferença...

02 maio 2008

Maus Caminhos...

"Caso Manuela Ferreira Leite vença as eleições para a liderança do PSD, o partido vira à esquerda.

"Não somos liberais, somos de centro-esquerda", afirmou Amândio de Azevedo, ex-ministro do Trabalho no governo do bloco central liderado por Mário Soares, quarta-feira à noite na sede da distrital do Porto, onde a candidata se apresentou aos militantes. Manuela Ferreira Leite anuía com a cabeça enquanto o ex-secretário geral do partido, e seu apoiante, usava da palavra numa sala cheia de velhos e "notáveis" rostos: Albino Aroso, Valente de Oliveira, Paulo Mendo e a ex--sindicalista Manuela Teixeira, entre outros há muito fora da política."

In DN