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25 setembro 2008

Justiceiros 2

Gostei deste post do Tomás Vasques:

"Caro Paulo Gorjão: o meu texto não é sobre a condição de arguido de Pedro Santana Lopes (se poderá ou não vir a ser). Nem contém o menor juízo de valor político, favorável ou desfavorável, sobre Santana Lopes, quer como presidente da Câmara de Lisboa, quer como primeiro-ministro ou presidente do Sporting.
O meu texto é sobre a condição de «arguido» e a conotação política que a comunicação social e algum oportunismo político associou àquela condição. A condição de «arguido», tal como a «cultura política» dominante a interpreta, e a faz passar através dos media, presta-se às maiores pulhices políticas. Vindas de inimigos ou de adversários, tanto faz. Veja-se o «caso McCanne»: na opinião pública, a senhora foi uma mãe em sofrimento pelo desaparecimento da filha até ao momento em que foi constituída «arguida». A partir daí passou a ser vista como uma potencial «criminosa». Afinal, o processo foi arquivado.
Há muito tempo que se desfez um princípio basilar do direito penal, apesar de toda a gente encher a boca com ele: a presunção de inocência até ao trânsito em julgado de uma sentença condenatória. Foi a «luta» (ou a mesquinhez) política que o desfez. Se não se põe fim a este caminho, os carrascos de hoje serão das vítimas de amanhã e as vítimas de hoje serão os carrascos de amanhã.
É como meter merda na ventoinha: daqui ninguém sai vivo."

22 setembro 2008

Justiceiros


Quando me vêm com a conversa da ética e da justiça na política, eu por defeito, desconfio logo. Não gosto de quem se ache superior aos outros e se arme em juíz, acusando e condenando à luz de uma moral e de uma ética sempre discutíveis e sobretudo subjectivas.

Nunca gostei de supostos justiceiros, quais virgens imaculadas, que fazem da ética uma das suas principais bandeiras políticas. Muitas das vezes, vem-se a descobrir que afinal o justiceiro até tem muitos telhados de vidro.

Vem este post a propósito do lançamento do livro do ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes. A capa é elucidativa: "propostas para um país mais ético, justo e competitivo".

Do que li na imprensa, nele se retoma a tese da condenção política na praça pública daqueles que a justiça nem sequer ainda acusou.

E vem novamemte falar em ética quem no passado, enquanto Presidente do PSD, andou a vetar nomes para empresas municipais, a recomendar outros, e aceitar ou impedir candidaturas autárquicas, consoante fossem politicamente mais próximas ou distantes. Para uns, a condição de arguído era a morte do artista, para outros era um mero e pequeno acidente de percurso.

Hoje, como no passado, continuo a recusar esta forma de fazer política.
Aos políticos o que é da política, aos tribunais o que é da justiça.

27 setembro 2007

Santana Lopes na Sic-Notícias

Apesar do Henrique já ter abordado o assunto...

O insólito aconteceu na SIC-Noticias.

Critérios editoriais levaram a que se interrompesse uma entrevista para acompanhar em directo a chegada de um treinador de futebol ao aeroporto de Lisboa.

Acontece que quem estava a ser entrevistado era um ex-Primeiro-Ministro.
Acontece que ele estava lá, a convite da estação para falar sobre a delicada e grave situação que vive o maior partido da oposição.

É inadmissível que se interrompa tal entrevista por causa da simples chegada de um treinador de futebol.
É de uma tremenda falta de respeito, não só para com o entrevistado, que ainda por cima é um ex-Primeiro-Ministro, mas também para com os telespectadores.

Esteve muito bem Pedro Santana Lopes ao recusar continuar a entrevista, terminado o directo no aeroporto. E esteve melhor ainda ao aguardar serenamente o retomar da mesma, para explicar porque é que não continuava.

A sua atitude dignificou a classe política e representou uma verdadeira bofetada de luva branca num tipo jornalismo sensacionalista, digno do terceiro mundo.

Mal vai uma estação de televisão, supostamente dedicada às notícias e à informação, quando assim procede.
E pior teria sido se o entrevistado tivesse pactuado…

Aqui ficam os meus parabéns a Pedro Santana Lopes.