17 janeiro 2008

A ACUSAÇÃO A CARMONA VERSUS A RAZÃO DE MARQUES MENDES E PAULA TEIXEIRA DA CRUZ

Constatei alguns comentários no sentido deste título, ou seja que a acusação proferida a Carmona Rodrigues vinha confirmar a validade da doutrina introduzida por Marques Mendes, ou seja que o arguido não tem condições para assegurar a representação política, tendo estado correcto quando lhe retirou tal confiança e precipitou a queda da Câmara Municipal de Lisboa. Trata-se pois da demonstração da validade do citado princípio, precisamente aquele que já aqui critiquei e que o designei como "Presunção de culpa política do presumível inocente jurídico".
Ora acho que este episódio vem confirmar de facto a postura de actuação da equipe de Marques Mendes e de Paula Teixeira da Cruz, mas noutro sentido, ou seja confirmar que as suas opções foram precipitadas e pouco rigorosas, senão vejamos:
1º - A presente acusação a Carmona Rodrigues prende-se com actos praticados no mandato de 2001/2005, ou seja quando assumia a presidência da CML em substituição de Santana Lopes;
2º - A polémica sobre a hasta pública já era comentada e aliás já tinham sido enviados elementos para a Procuradoria, como foi a decisão da então reunião de leaders da Assembleia Municipal, na qual o PSD estava representado por mim próprio;
3º - A opção por Carmona Rodrigues para as eleições de 2005 foi posterior a tais actos, sobre os quais recaiam estes elementos, precisamente sobre ele e Fontão de Carvalho;
4º - Em 2005 a então CPN do PSD, presumo que ciente de tais elementos, ou então com manifesta ligeireza se não os conhecia, optou por uma hierarquia de lista à CML composta por Carmona Rodrigues, logo seguido de Fontão de Carvalho.
De facto se conhecia os elementos e não os equacionou voltou a revelar dois pesos e duas medidas para situações complexas no exercício de mandato autárquico. Se não as conhecia, revela obviamente a falta de diálogo que sempre manifestaram, designadamente com a leaderança cessante da Assembleia Municipal, quanto não fosse para conhecer as principais questões, bem como aceitar sugestões de avaliação dos respectivos deputados.
Assim não colhe misturar estes elementos com a retirada de confiança em 2007 e, consequentemente não o ter apoiado nessas eleições intercalares. Revela sim a falta de densidade das opções tomadas e a contradição com o que ao tempo se apregoava.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pedro desculpe, mas a acusação não será um modo de justificar MM-PTC?

Eu explico: não sei se houve, ou não, irregularidades; não sei quais as 'provas' do MP; mas sei que o sistema judicial tem vindo a ser demasiado notado por posições de apoio político -e todos sabemos a quem...

Assim sendo, é prematuro dizer que MM teria razões, agora, para tomar a decisão que tomou no início do Verão. Face aos ataques de militantes PSD, a Mendes e PTC, dizendo que os ditos ex-dirigentes eram avençados do PS e que seriam regiamente recompensados -o que já aconteceu, aliás- o sistema arrastará a situação até à prescrição, ou até à absolvição.

Não esquecer que a reviravolta dentro do PSD se deveu à gestão do caso Lisboa. Os militantes ficaram, por esse país fora, escandalizados com MM-PTC. Esta será uma tentativa de reabilitação dos ex-dirigentes? E da sua corte? Que anda atrapalhada porque teme que LFM os não nomeie para os tachitos? Porque para muitos o tachito do centrão da miséria é melhor que um país a andar para a frente.