12 março 2008

MARINA CHUMBADA NA EMEL

Constatei hoje que Marina Ferreira não foi reconduzida na Presidência da EMEL, não por opção da maioria, mas sim por chumbo no colégio da vereação. Ora dir-se-ia que sou suspeito, precisamente pelo papel que a então vereadora desempenhou a explicar a supressão à votação do meu nome para administrador da SRU da Baixa Pombalina, na célebre pressão de Marques Mendes sobre Carmona, os quais aliás já seguiram o seu brilhante destino.
É manifesta a diferença entre a supressão, a que somos completamente alheios, do chumbo por obviamente haver um défice de justificação curricular. Mas essa é a justiça do destino.
A meu ver o mais espantoso é o facto de António Costa pretender levar o nome de Marina Ferreira a uma segunda votação e, de acordo com a notícia em causa, esta aceitar tal possibilidade. Ora até é provável que venha a conseguir obter tal votação, mas politicamente como se explica que a ex vice-presidente da CML e ex presidente da comissão instaladora só passa (eventualmente) à 2ª votação para presidente da EMEL, onde os vogais (de posição inferior na lista) foram aprovados na 1ª votação?
Em política deve haver princípios de equilíbrio e coerência.

08 março 2008

UMA NOVA EDUCAÇÃO?

Hoje é dia de todas as lutas na Educação. Dia de unanimidade nacional, de reivindicação e de contestação que largamente ultrapassa o que se viveu há mais de uma década no bloqueio da ponte 25 de Abril. É sem dúvida um dia para o fim do regime socrático que obviamente fez escola negativa, não se pautando por uma filosofia inovadora e reformista, ficando pois aquém do que o nome poderia supor. Isto é, os legados socráticos, entre o da antiguidade e o actual são precisamente o oposto, ficamos agora a perder no presente.
Mas os erros na Educação não se resumem a questões profissionais ou de carreiras, também na suposta reforma do ensino cada opção é pior que a outra. Assim, também por comemoração ao dia de hoje aqui deixo a moção, sobre o fim do ensino artístico, que apresentei no passado mês de Fevereiro na Assembleia Municipal de Lisboa, a qual mereceu o voto favorável de todos os partidos, à excepção do PS. Claro, o isolamento é total.


"Considerando a importância do ensino artístico, como forma e manifestação da dimensão cultural de uma sociedade e de enriquecimento da cidade que o alberga;

Considerando que tal realidade ocorre igualmente em Portugal e em Lisboa, cidade na qual existe o Conservatório Nacional há mais de século e meio;

Considerando que o Governo pretende efectuar uma reforma em tal ensino, ainda não perceptível e assente em pressupostos por demonstrar (rede de apoio musical nas escolas públicas), que forçosamente conduzirá a um hiato formativo-educacional de qualidade durante alguns anos;

Considerando o valor arquitectónico e simbólico do edifício do Conservatório Nacional, bem como a sua localização de excelência na cidade (frente ao Convento dos Inglesinhos).



A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida a 19 de Fevereiro de 2008, delibera:


1 – Repudiar a reforma do Ensino Artístico em Portugal, proposta pelo actual Governo, pois ao não apresentar medidas alternativas compatíveis, traduz-se numa verdadeira extinção do Ensino Artístico em Portugal;


2 – Manifestar solidariedade com os 700 jovens, muitos dos quais lisboetas, que terão de abandonar tais estudos musicais;


3 – Recomendar à CML que o uso do espaço do Conservatório Nacional fique sempre afecto aos fins musicais e culturais.




O Deputado Municipal



(Pedro Portugal Gaspar)"

01 março 2008

UMA INICIATIVA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA

É verdade, a Assembleia Municipal de Lisboa vai ter uma iniciativa própria no dia 4 de Março, trata-se de um colóquio sobre a nova lei eleitoral. Naturalmente que tal facto merece ser noticiado pois, recorde-se, trata-se do 2º colóquio em 3 anos de mandato, facto notável.
Mas é sobretudo notável porque a Assembleia Municipal de Lisboa tinha uma larga tradição na promoção de colóquios, facto que neste mandato se extinguiu. Dir-se-ia que houve uma outra opção da Srª Presidente, a qual consistia na substituição dos citados colóquios por outros mecanismos de participação. Quais? Ninguém sabe. Ninguém vê. Também não interessa, pois para muita gente o exercício de cargos deve ser feito de rupturas, ainda que gratuitas, o que aliás parece ter sido o caso na Assembleia Municipal de Lisboa.
Ora romper por romper, sem alternativas que alcancem o objectivo nuclear do debate e participação cívica, como é manifesto no que recai sobre a Assembleia Municipal de Lisboa, não faz parte do código do PPD/PSD. Numa palavra não é credível e são atitudes destas que ameaçam a credibilidade do nosso partido.